Amizade nossa ele não queria acontecida simples, no comum, no encalço. Amizade dele, ele me dava. E amizade dada é amor. G. Rosa

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Desse jeitim... o natal brasileiro


Foto de Sebastião Salgado


Natá

Indé novembro,

e o estômbo

cheio de espaço e de ronco,

sente o xêro de dezembro...

Hum! Coisa mais boa!...

Pru mim e pru minia famía

Nosso Sinhô Jesus cristo

pudia nascê todo dia...

No Natá se come muntio,

todo mundo qué ajudá,

o pobrema é os ôtro dia...

É só no Natá que nóis pode

enchê muntio bem as pança.

Nos ôtro dia do ano

nóis cata resto de lixo,

nóis come terra, rebôco,

nóis põe carqué coisa na boca,

e mastiga o que num tem,

que graças a Nosso Sinhô,

imaginaçaum num farta

i inté faz muntio bem

pro má de comida parca.

No Natá se come muntio,

graças a vige Maria

e o anjo anunciadô, -

graças a nosso sinhô!

As pança é só verme filiz.

As criança fica doida

só de vê as comidadada,

inda ganhum brinquedo, -

livrim, boneca, bola...

é uma alegria danada!

O pobrema dos minino,

é qui eles num sabe brincá;

ganha os brinquedo em dezembro,

veve cum eles na boca,

e nem bem é fevereiro,

e já tudo comêrum.

O Natá é cumê bem

e rezá pra chegá vivo

no Natá do ano que vem...

Pru mim e pru mínia famía,

Nosso Sinhô Jesus Cristo

pudia nascê todo dia...

Extraído de http://jurigoni.blogspot.com gentilmente cedido pela autora e editora do blog, um espaço que vale a pena conhecer.

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