Amizade nossa ele não queria acontecida simples, no comum, no encalço. Amizade dele, ele me dava. E amizade dada é amor. G. Rosa

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

Refletindo sobre a lei da Ficha Limpa

Há no Brasil, em contraponto a um otimismo ufanista que não admite críticas, um sentimento derrotista, fatalista em relação aos destinos e ao futuro do país. Fatos recentes, entretanto, mostram que essas pessoas se equivocam. Contra todas as previsões, a Lei da Ficha Limpa está pegando.

A Lei surgiu de iniciativa popular. É, portanto, a sociedade civil mobilizada que empurrou aqui o Congresso para fazer uma parte da reforma política, o que em si já funciona como um poderoso indício de vitalidade da democracia brasileira.

Depois, quando todos achavam que o dispositivo seria amorcegado, a Justiça garantiu a vigência imediata e o TSE negou autorização para registro de candidaturas que tinham contas a prestar. Em seguida, o Ministério Público movimentou-se para impugnar cerca de 400 candidaturas em todo o País.

Ainda há muita água para rolar e recursos precisarão ser avaliados. Mas o fato é que esta aliança entre o cidadão-eleitor mobilizado, a Justiça Eleitoral e o Ministério Público tem contribuído sobremaneira para empurrar a reforma política para diante.

É uma perspectiva alvissareira, sobretudo se comparada com as eleições recentemente realizadas no México. Lá, escritórios de campanha eleitoral sofreram atentados a bomba, candidatos foram ameaçados e assassinados e cadáveres expostos em áreas públicas. A violência, em grande medida provocada pelo narcotráfico, apavora mesários, afugenta eleitores. Naquele país, há candidatos que se elegem fazendo a apologia das drogas e declarando-se aliados do narcotráfico!

Publicado no Pé de página

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