Amizade nossa ele não queria acontecida simples, no comum, no encalço. Amizade dele, ele me dava. E amizade dada é amor. G. Rosa

terça-feira, 24 de agosto de 2010

E AGORA JOSÉ?

Olhem só o que mandaram para o Paulo Henrique Amorim. A esquerda, até pra criticar o faz com classe inda se valendo de um grande poeta. ÊTA TREM BÃO!

É, José, em Minas dizem assim: “até nunca mais”


O amigo navegante Adilson Filho acaba de compor essa obra-prima do cancioneiro drummondiano:
Prezado Paulo Henrique,
Segue “o poema” E agora José?! ou Canção do dia “pra sempre”
Um abraço

Adilson (E agora?)
E agora, José?!

E agora, José?! (ou Canção do dia “pra sempre”)

E agora, José?
A festa acabou,
a Dilma ganhou
o Índio sumiu,
a Globo mudou..
e agora, José?
e agora, você?

você que é sem graça,
que zomba da massa,
você que fez plágio
que amou o pedágio
e agora, José?

Está sem “migué”
está sem discurso,
está sem caminho..
não pode beber,
não pode fumar,
cuspir não se pode,
nem mesmo blogar?

a noite esfriou,
o farol apagou
o voto não veio,
o pobre não veio,
o rico não veio..
não veio a utopia
não veio o João
tão pouco a Maria

e tudo acabou
o Diogo fugiu
o Bornhausen mofou,
e agora, José

E agora, José ?
Sua outra palavra,
seu instante de Lula:
careca de barba!
sua gula e jejum,
sua favela dourada
sua “São-Paulo de ouro”
seu telhado de vidro,
sua incoerência,
seu ódio – e agora ?

com a chave na mão
quer abrir qualquer porta,
não existe porta;
o navio afundou
quer morrer no mar,
mas o mar secou;
quer ir para Minas,
Minas não há mais.
nem Rio, Bahia, Sergipe, Goiás..
José, e agora ?

Se você gritasse,
se você gemesse,
se você tocasse
a valsa da despedida
e a Miriam tirasse…
se você dormisse,
se você cansasse,
como o leitor do Noblat
se você “morresse”
Mas você não morre,
você é vaso “duro”, José !

E sozinho no escuro
qual bicho-do-mato,
sem teogonia,
sem megalomania
Sem Folha, O Globo, Estadão, o Dia..
sem Cantanhede
para se encostar,
sem o cheiro da massa
pra você respirar..

e sem cavalo grego
que fuja a galope,
sem o Ali Babá
pra lhe arranjar algum golpe,
você marcha, José !
José, pra onde?
pra sempre?

E agora, José?
Se quando a festa acabou, o povo falou
que sem você, podia muito mais..
Então, nesse caso: Até nunca mais, José!

ps: O Dia foi só pra compor a rima.

Copiado do original do Conversa Afiada

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