Amizade nossa ele não queria acontecida simples, no comum, no encalço. Amizade dele, ele me dava. E amizade dada é amor. G. Rosa

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Dia Mundial de Luta contra Aids é marcado por combate ao preconceito




Criado em outubro de 1987 pela Organização das Nações Unidas (ONU), diante do crescimento acelerado do número de casos de pacientes soropositivos no mundo, o Dia Mundial de Luta Contra Aids, comemorado nesta terça-feira (1º de dezembro), traz a cada ano um tema que cerca a doença. O deste ano é dizer não ao preconceito.




No Brasil, o slogan adotado pelo Ministério da Saúde é: "Viver com a Aids é possível. Com o preconceito não." Mais do que um dia para lembrar a existência de milhares de infectados no mundo, a data serve para colocar em debate questões como transmissão, acesso gratuito aos medicamentos e prevenção, além de reforçar aspectos como solidariedade, tolerância, compaixão e compreensão com as pessoas infectadas pelo HIV.



A escolha dessa data seguiu critérios próprios das Nações Unidas e passou a ser lembrada no Brasil a partir de 1988.





Segundo relatório da ONU "Atualização da Epidemia de Aids-200" lançado, na última semana, pelo Unaids e pela OMS, o maior acesso a antiretrovirais e coquetéis ajudou a reduzir a mortalidade por Aids em mais de 10% em termos globais nos últimos cinco anos. O número de novas infecções caiu 17% nos últimos oito anos.



De acordo com a OMS, quase 34 milhões de pessoas no mundo são portadoras do HIV, sendo que 2,7 milhões de novas infeçcões ocorrem a cada ano. Embora os dados mundiais mostrem avanços, como a redução no número de infeçcões, a diminuição do número de crianças que nascem com o vírus, e o tratamento para mais de 4 milhões de pessoas, no Brasil, o dados ainda são preocupantes e demonstram que houve um retrocesso em relação aos anos anteriores.



Aids no Brasil



Segundo o Ministério da Saúde, de 1980 a junho de 2007 foram notificados 474.273 casos de Aids no País ?-289.074 no Sudeste, 89.250 no Sul, 53.089 no Nordeste, 26.757 no Centro Oeste e 16.103 no Norte.



Segundo critérios da Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil tem uma epidemia concentrada, com taxa de prevalência da infecção pelo HIV de 0,6% na população de 15 a 49 anos. Em 2006, considerando dados preliminares, foram registrados 32.628 casos da doença. Em 2005, foram identificados 35.965 casos, representando uma taxa de incidência de 19,5 casos de Aids a cada 100 mil habitantes.



O Boletim Epidemiológico de 2007 trouxe, pela primeira vez, dados sobre a proporção de pessoas que continuaram vivendo com Aids em até cinco anos após o diagnóstico. O estudo foi feito com base no número de pessoas identificadas com a doença em 2000.



Os dados apontaram que, cinco anos depois de diagnosticadas, 90% das pessoas com Aids no Sudeste estavam vivas. Nas outras regiões, os percentuais foram de 78%, no Norte; 80%, no Centro Oeste; 81%, no Nordeste; e 82%, no Sul.



A análise mostra, ainda, que 20,5% dos indivíduos diagnosticados com Aids no Norte haviam morrido em até um ano após a descoberta da doença. No Centro Oeste, o percentual foi de 19,2% e no Nordeste, de 18,3%. Na região Sudeste, o indicador cai para 16,8% e, no Sul, para 13,5%.



média do Brasil foi de 16,1%. Em números absolutos, o Brasil registrou 192.709 óbitos por Aids, de 1980 a 2006. Um balanço da Secretaria Estadual da Saúde de São Paulo, divulgado recentemente mostra que a taxa de infectados no Estado subiu depois de 1995. O número de mortes em 2008 foi de 8,2 por 100 mil habitantes, contra 8 por 100 mil no ano anterior.



Só em São Paulo morrem cerca de 3.300 soropositivos por ano. No último levantamento feito no país, foram identificados 314.294 casos de Aids em homens e 159.793 em mulheres. Ao longo do tempo, a razão entre os sexos vem diminuindo de forma progressiva. Em 1985, havia 15 casos da doença em homens para 1 em mulher. Hoje, a relação é de 1,5 para 1.



Na faixa etária de 13 a 19 anos, há inversão na razão de sexo, a partir de 1998. Em ambos os sexos, a maior parte dos casos se concentra na faixa etária de 25 a 49 anos. Porém, nos últimos anos, tem-se verificado aumento percentual de casos na população acima de 50 anos, em ambos os sexos.




Para o coordenador do Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids - Unaids no Brasil, Pedro Chequer, os dados ainda preocupam: "Há necessidade de uma reflexão profunda do ponto de vista de políticas públicas para que possamos enfrentar o problema. O Brasil iniciou um trabalho pioneiro nessa área, desevolve um programa avançado com a participação intensa da sociedade civil, e o que é mais importante, sempre trabalhou o tratamento e a prevenção de uma forma equilibrada, mas os esforços não tem sido suficientes para resolver o problema", afirmou.



Entre as prioridades para 2009, o Unaids destacou a prevenção da morte de mães e bebês infectados; a garantia de que pessoas que vivem com o vírus recebam tratamento; o combate às mortes de soropositivos provocadas pela tuberculose; o fim da violência contra mulheres e meninas; o empoderamento (tradução da palavra inglesa empowerment, que significa dar poderes de decisão, participação e autonomia a uma pessoa) de jovens para que se protejam contra a doença; e o fortalecimento de uma rede de proteção social para pessoas infectadas.

Para saber mais sobre o trabalho do UNAIDS, visite o site da instituição: http://www.unaids.org/

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