Amizade nossa ele não queria acontecida simples, no comum, no encalço. Amizade dele, ele me dava. E amizade dada é amor. G. Rosa

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

2011 CHEGANDO PARA NÓS

Tempo...


Quem teve a ideia de cortar o

tempo em fatias,

a que se deu o nome de ano,

foi um indivíduo genial

Industrializou a esperança

fazendo-a funcionar no limite da exaustão

Doze meses dão para qualquer ser humano

se cansar e entregar os pontos

Aí entra o milagre da renovação e

tudo começa outra vez

com outro número e outra vontade
de acreditar

que daqui para adiante vai ser

diferente...

Para você,

desejo o sonho realizado,

o amor esperado,

a esperança renovada

Para você,

desejo todas as cores dessa vida,

todas as alegrias que puder sorrir,

todas as músicas que puder emocionar

Para você neste novo ano

desejo que os amigos sejam mais

cúmplices,

que sua família esteja mais reunida,

que sua vida seja mais bem

vivida

Gostaria de lhe desejar tanta

coisas

mas nada seria suficiente...

Carlos Drummond de Andrade


Que no próximo ano possamos colher o resultado do que semeamos neste ano que está terminando; que sejamos mais amorosos e que também saibamos demonstrá-lo. Agradeço a todos que de uma forma ou de outra me visitaram e estiveram presentes em minha vida em 2011.

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Desse jeitim... o natal brasileiro


Foto de Sebastião Salgado


Natá

Indé novembro,

e o estômbo

cheio de espaço e de ronco,

sente o xêro de dezembro...

Hum! Coisa mais boa!...

Pru mim e pru minia famía

Nosso Sinhô Jesus cristo

pudia nascê todo dia...

No Natá se come muntio,

todo mundo qué ajudá,

o pobrema é os ôtro dia...

É só no Natá que nóis pode

enchê muntio bem as pança.

Nos ôtro dia do ano

nóis cata resto de lixo,

nóis come terra, rebôco,

nóis põe carqué coisa na boca,

e mastiga o que num tem,

que graças a Nosso Sinhô,

imaginaçaum num farta

i inté faz muntio bem

pro má de comida parca.

No Natá se come muntio,

graças a vige Maria

e o anjo anunciadô, -

graças a nosso sinhô!

As pança é só verme filiz.

As criança fica doida

só de vê as comidadada,

inda ganhum brinquedo, -

livrim, boneca, bola...

é uma alegria danada!

O pobrema dos minino,

é qui eles num sabe brincá;

ganha os brinquedo em dezembro,

veve cum eles na boca,

e nem bem é fevereiro,

e já tudo comêrum.

O Natá é cumê bem

e rezá pra chegá vivo

no Natá do ano que vem...

Pru mim e pru mínia famía,

Nosso Sinhô Jesus Cristo

pudia nascê todo dia...

Extraído de http://jurigoni.blogspot.com gentilmente cedido pela autora e editora do blog, um espaço que vale a pena conhecer.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Borboletas de Zagorsk

 Borboletas de Zagorsk é um documentário produzido pela BBC em 1992 que trata do trabalho desenvolvido em uma escola russa com crianças surdas e cegas inspirado nos estudos de Lev Vygotsky. A obra tem 40 minutos de duração e se passa na cidade de Zagorsk, a 80 km de Moscou.

Em seus estudos sobre a defectologia, Vygotski traz a ideia da compensação segundo a qual as pessoas com deficiência utilizam seus sentidos sadios para compreenderem o mundo, isto é, desenvolver seus sentidos normais para compensarem seus sentidos perdidos ( visão, audição, etc. )

O documentário reforça a importância da mediação e a crença de que todas as pessoas, independente da idade e da condição física ou intelectual, são capazes de aprender. Concepção esta também retratada na teoria da Modificabilidade Cognitiva Estrutural do educador Romeno Reuven Feuerstein. Com a conhecida frase: "Não me aceite como eu sou", Feuerstein desafia o educador a planejar e propor ações que possibilitem ao sujeito relacionar-se com seus pares, sem que esta relação seja permeada pelo atributo da incompetência por acreditar que não se pode prever, nunca limites para o desenvolvimento humano.

Borboletas de Zagorsk é a evidência disso.













Texto Vídeo 2


Em seu apartamento em Moscou Yuri e Natasha conversam. Os dois falam a língua de sinais, mas Natasha é que é surda e cega. Sua estranha voz de passarinho foi causada por uma doença que danificou suas cordas vocais quando ela tinha nove anos. Natasha segue surda desde criancinha, mesmo assim hoje ela é mãe, filósofa e psicóloga de profissão, ela é um produto do notável sistema de ensino de Zagorsk.

Natasha: É claro que em Zagorsk eu me senti mais livre e feliz que em casa pois podia me comunicar com os professores, as crianças e a equipe que trabalhava lá. Em Zagorsk também me ajudaram muito a compreender a idéia confusa que eu fazia do mundo na época. Não foi um processo agradável e me recordo com gratidão da paciência dos professores que realizam esse trabalho, hoje e em épocas passadas. Como resultado eu passei lentamente a compreender tudo direito, o que me ajudou a agir corretamente no mundo a minha volta.

Natasha tinha treze anos quando foi para Zagorsk e foi apresentada a uma forma de ensino inspirada pelo psicólogo russo Lev Vygotsky.

Natasha: Vygotsky mudou minha vida quando era estudante, suas idéias eram força motriz da psicóloga soviética.

Foi Vygotsky quem há 68 anos disse que mesmo crianças gravemente deficientes poderiam ser transformadas em adultos inteligentes. Vygotsky morreu em 1934, mas Natasha e seu marido se dedicaram a divulgar suas idéias. Quando na adolescência Natasha dominou a linguagem de sinais, o mundo mudou para sempre. Ela escreveu um poema que celebra seu triunfo contra a solidão e o isolamento: Dê-me tua mão que eu te direi quem és. Em minha silenciosa escuridão, mais claro que um ofuscante sol, está tudo que desejarias ocultar de mim. Mais que palavras tuas mãos me contam tudo que recusavas dizer. Sementes de ansiedade ou trêmulas de fúria, verdadeira amizade ou mentira, tudo se revela ao toque de uma mão, quem é estranho, quem é amigo. Tudo vejo em minha silenciosa escuridão. Dê-me tua mão que te direis quem és.

Natasha e Yuri se dirigem para o lar em Zagorsk em que ela passou a infância, foi lá que ela obteve acesso a universidade e decidiu tornar-se psicóloga.

Natasha: escolhi a especialização em psicologia infantil porque eu queria ajudar crianças na mesma situação da qual escapei. Eu achava que quando eu entendesse o misterioso processo de formação da psicologia humana, eu seria capaz de ajudar as crianças a evitar um período amargo e doloroso pelo qual eu tive de passar na minha educação. Como meus professores conseguiam enxergar e ouvir, eles nem sempre eram capazes de me entender corretamente.

Hoje as crianças de Zagorsk recebem a visita de um clube jovem de Moscou, o que tem um líder extraordinário. Sasha, o ex aluno de Zagorsk é surdo e cego. Para as crianças daqui Sasha é um herói, um exemplo. Há treze anos como parte de uma ousada experiência educacional, ele foi um entre quatro estudantes de Zagorsk a se formar na universidade de Moscou. O amigo de Sasha, Yiuri, formou-se na mesma época. Yuri e Sasha vêm para cá regularmente ensinar e incentivar as crianças a seguir seus passos. Mas para estes estudantes será difícil. A experiência de 1977 não deve ser repetida nos anos noventa. Os recursos diminuíram e a vontade política também. Natasha e Yuri visitam a casa de Zagorsk para dar aulas de inglês para estudantes mais velhos. Para Oksana Natasha é uma heroína especial, elas têm muito em comum, ambas são da Ucrânia, ambas adoram poesia e ambas sabem como é ficar cega e surda na infância.

Natasha: Olá Oksana, estava esperando por você, eu sabia que você viria.

Belova, a mais antiga professora de Zagorsk está aqui há trinta anos, as crianças, suas alunas, são portadoras de surdez grave, mas conseguem ouvir sua voz quando muito amplificada. Ela sempre se comunica de várias formas ao mesmo tempo, pela linguagem de sinais, pela fala e pelas vibrações da caixa de voz.

Sobre a infância e juventude excluída

O trabalho (quase impossível) de educar é algo tão emaranhado, tão cheio de desconstruir mitos e preconceitos (inclusive de outros educadores), é tão sutilmente condicionado a não acontecer... Ser educador, hoje, é quase uma guerrilha cultural, enfrentamento direto com as velharias que nos enfiaram goela abaixo por séculos e séculos, e que inclusive quem sofre a repressão ideológica dos dominantes, custa a entender.

Minha volta ao trabalho na Fundação de Proteção Especial traz outra vez os choques com aqueles que deveriam ter uma passagem provisória nos abrigos, e no entanto terminam por viver a parte grande de suas infâncias e adolescências em instituições.

Na Fundação de Proteção, herdeira da antiga FEBEM mas que se dedica ao atendimento de crianças e adolescentes em situação de abandono e/ou de risco, cerca de 40 abrigos atendem de 14 a 18 abrigados. De acordo com a determinação do ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente) são abrigados juntos crianças e adolescentes, portadores de necessidades especiais, bebês, usuários de drogas em tentativa de recuperação, adolescentes que cumprem medidas por atos infracionais em meio aberto.

Geralmente dois trabalhadores (antes monitores, agora educadores) e, com sorte um profissional de cozinha dão conta de todas as tarefas do abrigo, de atendimentos médicos, pricológicos na rede pública à escola, escalas de tarefas, higiene, disciplina. Limites para quem nunca teve limites, afeto para quem não está acostumado com afeto, escola, temas, conversas, conversas e mais conversas.

A bagagem de cada acolhido nestses abrigos é geralmente cruel. São estórias de abandono, de maus tratos, de abusos, de desamor.

Mas o abrigo deve ser passageiro. O trabalho deve ser feito não só com o abrigado, mas com as famílias, que precisam se organizar para retomar os vínculos com seus filhos, ou sobrinhos, ou afilhados. Por mais confortável que um abrigo pudesse ser, nada como a casa de cada um deles, e isto é verbalizado.

Enfim, mesmo com o avanço dos programas sociais, não basta acolher a criança ou o adolescente e mantê-lo no abrigo. Porque os 18 anos chegam rápido, e aí? São muitos os casos em que os adolescentes desligados não conseguem desinstitucionalizar-se, e ficam vivendo às voltas dos abrigos, a família que lhes foi possível.

Por isto, a maior urgência é o acompanhamento das famílias, para trabalho, para programas sociais, para reestruturação. E isto pouco ou nada depende dos trabalhadores de dentro dos abrigos.

De certo, só que enquanto continuar o sistema capitalista com sua crueldade e desigualdade, continuarão a existir abrigos, abrigados e exclusão de crianças, adolescentes e suas famílias.
 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Lucas Leite é gente que faz!

Comunidade do Projeto Maravilha com o vereador Lucas .

Nesta segunda-feira, 13, moradores da comunidade do Projeto Maravilha receberam oficialmente das mãos do Vereador Lucas Leite e do coordenador regional da Fetraf, Joeleno Monteiro um trator, um arado e outros equipamentos utilizados na agricultura e que eram antigos desejos desta comunidade.

Isto foi possível graças ao apoio da Federação dos Trabalhadores da Agricultura Familiar (Fetraf). e o empenho e persistência de Lucas Leite junto ao governo estadual.

Gelson, membro da comunidade do Maravilha, não se contém de satisfação e em nome da comunidade agradece a Lucas Leite. “Sem o empenho dele isto não teria acontecido.”

Afastado do cargo por denunciar irregularidades na administração de Eunápolis, o Vereador Lucas Leite aguarda a decisão do recurso feito ao TSE, em Brasília. Enquanto isso continua tocando em frente seus projetos de melhorias das condições de vida das pessoas. É isso aí, LUCAS LEITE É GENTE QUE FAZ!

Lucas Leite

domingo, 12 de dezembro de 2010

Denúncia: Prefeito de Eunápolis gastou R$ 1 mi em bandas

OPS! Mais uma?
A denúncia foi feita por um outro promotor. E aí ? O prefeito vai alegar que é perseguição?

Esta é mais uma notícia dando conta de ações duvidosas do prefeito eunapolitano. Aliás, a segunda em menos de um mês. A cidade é manchete. Pena que negativa...

A matéria é do Bahia Notícias.

Em tempos de arrocho nas contas públicas, o Ministério Público entrou com uma denúncia contra o prefeito de Eunápolis, José Robério Batista de Oliveira (PRTB), por ter gastado cerca de R$ 1 milhão na contratação de bandas e artistas para tocar nas festas de São João e São Pedro de 2008, na cidade do Sul do estado. A acusação foi encaminhada na tarde desta sexta-feira (10), e será julgada pelo Tribunal de Justiça da Bahia. No processo, o promotor Carlos Artur Pires relata que José Robério contratou uma empresa, a PR Promoções, para gerenciar a escolha das bandas sem procedimento licitatório. Ele teria utilizado indevidamente recursos públicos em benefício alheio. No entendimento da promotoria, o contrato é fraudulento e não há nenhuma justificativa nem detalhamento sobre como a quantia de R$ 998.000 foi gasta pela empresa. Informações são do Correio24horas. 


Prefeito de Eunápolis confiou R$ 998.000 para empresa contratar bandas, sem prestar contas. Isso é correto com o dinherio público? O povo aprova?




sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

DESTINO


Kwanza Sul - Foto Alex Correia

 Quando nasci

o Kilamba* das Kiandas

me deu o Astrolábio

verdadeiro do céu e do mar

– Hulu e Kalunga – **

de marcar ondjira*** na terra

e eu tenho de te cantar

e eu tenho de me perder

nos vincos dourados

onde a calema fala...

Namibiano Ferreira


*Sacerdote do culto da Kianda (Sereia).

**Céu e Mar.

***Caminho.
 
 
De Namibiano Ferreira Poeta angolano

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

CRIME ELEITORAL: COMPLICA-SE A SITUAÇÃO DE CLÁUDIA OLIVEIRA

VIXE!  SUJOU GERAL..( Prá eles.)

É embaraçosa ( pra não usar outro vocabulário)  a situação de Claudia Oliveira. A exemplo do prefeito de Eunápolis,  (marido de Cláudia) é cada vez pior a situação da deputada eleita Cláudia Oliveira (PTdoB) na Justiça.
A Procuradoria Eleitoral já pediu a cassação do registro da sua candidatura por abuso de poder econômico na campanha e agora a Polícia Federal endurece nas investigações sobre a boca de urna flagrada por policiais em Buerearema, no dia da eleição.


OPERAÇÃO NESTA QUINTA (9)

PF combate esquema de compra de votos para deputados eleitos na Bahia

Salvador - A Polícia Federal (PF) começou a cumprir nesta quinta-feira 13 mandados de condução coercitiva e 12 mandados de busca e apreensão após a identificação de um grupo que, comandado por um ex-Prefeito de Buerarema, teria organizado um esquema de compra de votos nas eleições deste ano no município baiano.

De acordo com a PF, os investigados cometeram uma série de crimes eleitorais para favorecer os candidatos a deputada estadual Cláudia Oliveira e a deputado federal Jutahy Magalhães, ambos eleitos. Os mandados da "Operação PAGA" serão cumpridos nas cidades de Buerarema, Itabuna e Salvador.

No dia 3 de outubro, data da votação do primeiro turno das eleições de 2010, foram realizadas buscas na residência do ex-Prefeito de Buerarema e em mais dois locais, onde a PF encontrou envelopes contendo cadastramento de eleitores e quase R$ 40 mil que supostamente seriam destinados para o pagamento pelos votos.

Os candidatos beneficiados no esquema foram eleitos com quase a mesma quantidade de votos, em número que muito se aproxima aos eleitores cadastrados nas listas apreendidas. Durante as investigações, a PF identificou outro esquema de compra de votos, comandado por um Policial Civil lotado em Salvador e candidato a Deputado Federal, que pretendia beneficiar os candidatos a deputado estadual Heraldo Rocha e a deputado federal Benito Gama, que não se elegeram.

Os investigados serão conduzidos para a Delegacia de Polícia Federal de Ilhéus e, após serem interrogados e indiciados, responderão em liberdade por compra de votos, boca de urna, transporte ilegal de eleitores e formação de quadrilha. Após a análise do material apreendido e dos interrogatórios, será avaliada a participação dos candidatos nos crimes.


XÔ CORRUPÇÃO...

Ex-prefeito de Buerarema na Bahia, continua na cadeia

CORREIO DO ESTADO



Orlando Filho continua preso na cadeia acusado de comprar votos para Jutahy Magalhães Júnior e Cláudia Oliveira".

A Polícia Federal em Ilhéus iniciou nesta quinta a Operação PAGA, com o cumprimento de 13 mandados de prisão e 12 de busca e apreensão em Buerarema, Itabuna e Salvador. Ela continua a investigação iniciada em setembro.

A PF apurou a compra de votos nas eleições deste ano em Buerarema, por um grupo comandado pelo ex-prefeito Orlando Filho, para favorecer os candidatos Cláudia Oliveira (deputada estadual) e Jutahy Magalhães Junior (deputado federal).

No dia do primeiro turno, buscas na residência do ex-prefeito e outros dois locais encontraram envelopes com cadastro de eleitores e quase R$ 40 mil para a compra dos votos.

Os candidatos beneficiados pelo esquema tiveram quase a mesma quantidade de votos em Buerarema, em número quase igual ao dos eleitores cadastrados nas listas apreendidas.

Quando fez a operação do primeiro turno em Buerarema, a PF apreendeu R$ 100 mil no total e armas com o ex-secretário de Administração e Finanças local Eribaldo Lima, preso com Paulo Reis (foto) e Gilberto Magno de Lima, o “Maru”.

Os dois eram secretários de Buerarema na gestão de Orlando Filho e foram levados para a delegacia da Polícia Federal em Ilhéus, enquanto a polícia terminava as apurações.

 



Fotos de Orlando Futebol

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Entrevista: Um escritor em estado de infância

Um escritor em estado de infância


Por Carlos de Souza - especial para o Viver (Tribuna do Norte)

Ele é considerado um dos mais importantes escritores da língua portuguesa em países africanos. Nascido em Beira, Portugal, logo cedo migrou com a família para Moçambique. Na web você vai encontrar informações com esta sobre ele: “Em muitas das suas obras, Mia Couto tenta recriar a língua portuguesa com uma influência moçambicana, utilizando o léxico de várias regiões do país e produzindo um novo modelo de narrativa africana. Terra Sonâmbula, o seu primeiro romance publicado em 1992, ganhou o Prêmio Nacional de Ficção da Associação dos Escritores Moçambicanos. Em 1995 foi considerado um dos doze melhores livros africanos do século XX por um júri criado pela Feira do Livro do Zimbabue.” Mia Couto vai estar no primeiro dia do Festival Literário de Pipa, que se realiza de 18 a 20 deste mês. Eu conversei com ele por telefone e o resultado é a entrevista a seguir.
Foto: Divulgação MIA COUTO
Que relação você estabelece entre a literatura de língua portuguesa e a literatura brasileira?

A literatura de língua portuguesa é vária, é diversa. Portanto, quando se fala em Portugal, por exemplo, é um universo, depois é um universo que respeita aos países africanos, que são cinco, cada um deles é um mundo. Eu acho que agora, o que eu posso falar com mais propriedade é da relação com a África e particularmente com o meu país que é Moçambique. Existe um desconhecimento típico que é grave. Nós conhecemos pouco o que estar a se fazer no Brasil hoje. Agora durante as décadas de 50, 60 e 70 havia um conhecimento muito bom por parte de Moçambique por parte daquilo que se fazia no Brasil. Tenho companheiros que foram muito marcados por Jorge Amado, Manuel Bandeira, Graciliano Ramos, escritores dessa geração. Mas eu acho que o Brasil nunca conheceu muito bem o que se passava na África, e eu posso falar por extensão, o que se passava e o que se passa ainda em Portugal. Portanto existe entre nós nessa constelação dos países de língua portuguesa um desconhecimento típico que é grave. E isso a gente precisa resolver.

Como você vê a recepção de seu livros entre leitores brasileiros?

Eu acho que houve um percurso, um bom caminho. Me parece que está correndo bastante bem. Uma recepção muito maior, muito mais ampla do que era há dez anos atrás. Comecei a publicar no Brasil, curiosamente, mais tarde, bem mais tarde do que eu publiquei em países como a Noruega, Suécia e Alemanha.

Você escreve livros infantis? Como é escrever para crianças?

Eu tenho dois livros infantis. Um deles já foi publicado pela Companhia das Letras, chamado O Gato e o Escuro e o segundo livro, O País da Palavrinha, publicado pela Editora Língua Geral. Eu acho que não existe isso de escrever para crianças, a gente escreve. As crianças não são um público tão diferente como nós pensamos que sejam. Aliás, eu acho que sempre que escrevo é quase sempre em estado de infância. Nós próprios temos que assumir esse estado de infância como se tivéssemos despertos, nos reencantando com o mundo. E os livros despertam este encantamento que é o encantamento das crianças.

Parece que você não gosta muito da palavra tradição. Como você lida com o passado para sua criação?

Eu não tenho receio da palavra tradição. Só que muitas vezes ninguém sabe exatamente o que quer dizer quando estar a falar de tradição. Como se tradição fosse uma coisa do passado cristalizado. A tradição é uma coisa que pode ser nova, que é moderna também, que nós fazemos no dia a dia. A mesma coisa acontece com o passado. O passado é sempre muito mais recente do que nós pensamos. Ele vai sendo refabricado.

Da mesma forma que Chico Buarque aqui no Brasil, você cria muito bem sobre o universo feminino. Como você explica isso?

Eu acho que aí há uma fronteira que não sei bem se nós temos que respeitar tal qual como nos dizem que é, a fronteira entre o masculino e o feminino. Muitas vezes entendemos que alguma coisa é tipicamente masculina, outras vezes que é tipicamente feminina, sem entender exatamente porque. Muitas vezes quando pergunto a alguém, a dar um exemplo de alguma coisa tipicamente feminina e é muito difícil que a resposta surja clara. As pessoas falam coisas como intuição, vaidade, mas isso existe nos homens também. Também aqui nessa questão do que é feminino ou masculino estamos falando em construções que são construções culturais e sociais.

Qual o autor brasileiro que mais lhe chama a atenção?

Aquele que mais marcou, sem dúvida nenhuma foi Guimarães Rosa. Mas há vários autores do Brasil que influenciam muito a África de língua portuguesa e Portugal também, por um conjunto muito grande de autores: desde Jorge Amado, Graciliano Ramos, os poetas Carlos Drummond de Andrade, Manuel Bandeira, João Cabral de Melo Neto e agora Manoel de Barros, Adélia Prado... é uma lista muito grande.

Como é que você explica a criação de seus livros?

Eu nem sei explicar. O que faço é a partir de núcleos de questões que funcionem como alguma coisa que me tocou ou que me comoveu. Dali eu passo para a construção de personagens. Depois são esses personagens que me conduzem e eu tenho que estar numa relação de paixão com esses personagens. Não tenho a habilidade de previamente ter construído a arquitetura da história.

domingo, 5 de dezembro de 2010

Revivendo: Velho Camarada Fábio, Hildon e Tim Maia.

Para ouvir este vídeo, desligue o dispositivo do mixpod do lado no blog.



Quando criança, acreditava que bons compositores existiriam durante toda vida e que boas canções seriam  sempre tocadas nas rádios.
Bom, criança é assim mesmo. Descobri muito mais tarde.

PRE/BA poderá cassar o mandato de Claudia Oliveira. Vixe...

A Procuradoria Regional Eleitoral na Bahia, afirma  em ação investigativa  eleitoral contra Cláudia Oliveira, duputada eleita no último pleito e  primeira-dama eunapolitana, que ela praticou crime de abuso de poder durante um showmício realizado na cidade de Itamarajú. Só em Itamarajú?

A ação teria acontecido na festa de aniversário de um conhecido político daquela  cidade e da região, O Sr Ivan Favarato,  quando Cláudia Oliveira teria se aproveitado para promover sua candidatura.Segundo ação ajuizada nesta quinta feita  (2) pelo procurador Sidney Madruga

A Procuradoria Federal pede que Cláudia seja declarada inelegível pelos próximos oito anos e ainda a cassação do seu registro de candidatura pela prática do crime de abuso de poder econômico.

Por meio de fotos e reportagens divulgadas em sites de notícias da região e trazidas aos autos, veio à tona um cenário em que cerca de quatro mil pessoas se divertiam gratuitamente – sob a animação de trio-elétrico e duas bandas musicais famosas – e estavam à mercê das abordagens eleitoreiras da investigada.

Para o procurador Regional Eleitoral, Sidney Madruga, “evidenciou-se, então, o abuso do poder econômico que beneficiou, no particular, a deputada em detrimento dos demais candidatos”.

A fim de firmar seu nome perante o eleitorado, Cláudia Oliveira se valeu de bottons de sua campanha em sua camisa e nas de seus apoiadores políticos, além da proliferação, por toda a festa, de cartazes com os dizeres: “Robério apóia, o povo confia. Cláudia Oliveira deputada estadual 70456” (sic).

O prefeito de Eunápolis, Robério Oliveira, que é esposo da acusada, também esteve presente na comemoração, acompanhado-a junto a outros políticos, empresários, funcionários públicos e representantes conhecidos da imprensa local.

A ação está disponível no site da PRE/BA, no menu Manifestações. Ou clique aqui.

Assessoria de Comunicação

Ministério Público Federal na Bahia

Procuradoria Regional Eleitoral

Tel.: (71) 3617-2299/ 3617-2295/ 3617-2200

E-mail: ascom@prba.mpf.


Com auxílio do  Giro de Notícias.




Nos últimos dias, o prefeito  também esteve a viver
problemas com a justiça acusado de corrupção.  
Agora , a vez é da sua esposa, eleita Deputada estadual
ser acusada  de crime eleitoral...

 XÔ CORRUPÇÃO...
Oxalá a justiça se cumpra!

sábado, 4 de dezembro de 2010

A evolução do ensino em Portugal

.ENSINO NOS ANOS 50/60


Um camponês vendeu um saco de batatas por 100$00. As suas despesas de produção foram iguais a 4/5 do preço de venda. Qual foi o seu lucro?


ENSINO TRADICIONAL - INÍCIO DOS ANOS 70


Um camponês vendeu um saco de batatas por 100$00. As suas despesas de produção foram de 80$00. Qual foi o seu lucro?


ENSINO MODERNO - FINAIS DOS ANOS 70


Um camponês troca um conjunto B de batatas por um conjunto M de moedas. O cardinal do conjunto M é de 100 e cada elemento de M vale 1$00. Desenha o diagrama de Venn do conjunto M com 100 pontos que representam os elementos desse conjunto. O conjunto C dos custos de produção tem menos 20 elementos do que o conjunto M. Representa C como subconjunto de M e escreve a vermelho o cardinal do conjunto L do lucro.


ENSINO RENOVADO – 1980


Um agricultor vendeu um saco de batatas por 100$00. Os custos de produção elevam-se a 80$00 e o lucro é de 20$00. Trabalho a realizar: sublinha a palavra "batatas" e discute-a com o teu colega de carteira.


ENSINO REFORMADO – 1999


Um kampunes recebeu um çubssidio de 50$00 para purdusir um çaco de batatas, o qual vendeo por 100$00 e gastou 80$00. Analiza o teisto do isercicio e em ceguida dis o que penças desta maneira de henriquesser.

Comentário deste blog:

Através  deste texto, verifcamos que as dificuldades com o ensino não é um privilégio apenas de nós brasileiros, na verdade ela também é globalizada.
Fonte: INSONIA